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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quanto dura uma amizade?

Há algumas semanas – na verdade já me arrisco a dizer meses – que venho estado chateada com uma amiga. Às vezes repasso horas a fio tentando encontrar o erro, alguma coisa que me traga uma explicação sobre o que aconteceu, do porque as coisas estarem assim... Mas não consigo encontrar. Talvez ela tenha se cansado de mim. Pode ter visto que nossos objetivos de vida não coincidam mais, pode ser que eu tenha feito ou dito alguma coisa, pode ser que ela não goste mais de mim ou mesmo que ela nunca tenha gostado – afinal, isso já me aconteceu antes. Acreditei por cinco anos ter uma melhor amiga que foi gradualmente me deixando de lado, até um dia eu perceber que ela era minha melhor amiga. Mas eu era apenas mais uma colega e até mesmo uma pedra no sapato. Pode ser também que eu seja mesmo muito paranoica e que nada demais possa estar acontecendo, que eu estou apenas, er, overreacting. Esqueci a palavra ou expressão em português que eu poderia e deveria usar. Odeio isso!

Ela sempre foi ocupada. Aula de inglês, aula de música, teatro, cursinho... E como dá pra perceber, eu sempre soube disso. Mas quando ela se tornou ocupada o bastante a ponto de não conversar comigo? A ponto de nunca mais ter conversado comigo online? A ponto de nem mesmo ser ela quem me liga quando algo é marcado na casa dela?
Nós moramos longe uma da outra, e por termos amigos que moram mais perto dela, eu sempre cedo quando é marcado algum compromisso na casa dela ou num shopping perto. É o único shopping que eu preciso pegar dois ônibus pra chegar até lá. Mas por ser mais conveniente para eles, eu cedo. Afinal só prejudica a mim e eu quero estar junto deles. Preciso fazer sacrifícios, mas no final vale a pena.
Esse ano fui tentar marcar algo na minha casa, quando ela comentou algo como “se for na casa da Tuane eu não vou”. Cara, isso me jogou no chão. Eu faço um esforço tremendo pra ir na casa dela, porque ela não pode fazer o mesmo por mim? E eu vou de ônibus, sozinha. Ela tem ambos os pais que dirigem, o irmão e o namorado que dirigem também. Em breve ela própria estará dirigindo. Pode ser que nenhum deles esteja sempre livre e disposto pra levá-la aos lugares, mas mesmo assim ela está melhor do que eu, que não tenho carro, não tenho carteira e ninguém que possa me levar e buscar nos lugares. Outra coisa que ela parece não entender às vezes. Sempre que ela tinha alguma coisa importante eu estava lá. Não importa o horário e o lugar – concertos, peças, lá estava eu. Pegando dois ônibus de noite para ir prestigiá-la. Mas no fim valia a pena, sabia? Porque eu me divertia, a fazia feliz e ainda encontrava não só ela, mas meus outros amigos também. Que fosse no fim do mundo, eu iria, porque lá estariam eles. E então tudo ficaria bem, tudo valeria a pena.

Apesar de estar profundamente magoada, chateada, me sentindo pisoteada; sabe o que é pior? Que da próxima vez que surgir algum compromisso que seja na casa dela (que geralmente me ligam em cima da hora) ou nesse shopping perto dela, eu vou. Com o rabinho abanando, lá estarei eu correndo em direção a ela, feliz como nunca por estar perto dela e dos outros.


Devo ser muito otária mesmo. Ê karma.
Beijos,
Jay.

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