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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O começo da libertação

   Ontem, dia 24 de setembro, se tornou o dia em que eu, finalmente, deixei para trás oficialmente um dos meus captores. “Captores?, você diz. Captores, eu respondo. Há cinco anos sou refém de antidepressivos, tomando-os todas as noites desde os meus 14 anos. Passei por muitos remédios nesses anos de tratamento, até ir encontrando os que melhor se encaixavam em mim e me deixavam relativamente bem. Já tomei Rivotril e Clonazepam (que são a mesma coisa) e que não me ajudaram em nada  já cheguei a tomar 60 gotas e nada, continuei tão elétrica quanto antes ; Lítio  que controlou um pouco alguns surtos de euforia e, depois, melancolia, mas que no mais me fez apenas inchar; Oxcarbazepina  que aparentemente teria efeitos similares ao do Lítio, que depois que eu parei de tomar voltei a ter uns ataques ocasionais de agitação. Depois que comecei a tomar o Oleptal (que é o nome do remédio feito da substância), eu parei de tê-los. Admito que sinto falta desses ataques às vezes, era legal. Eu me sentia muito, muito energizada  apesar da melancolia que vinha depois não ser tão boa assim. É um dos remédios que ainda tomo. Paroxetina  que também estou continuando a tomar. Acho que é um dos que eu tomo há mais tempo. Já tomei também Fluoxetina, mas acho que por pouco tempo. Sertralina  que não deu muito certo e, depois de passar mal por uns três dias, eu mesma decidi que não ia mais tomar e abandonei o uso desse remédio, que acabou me levando de volta a... Amitriptilina  que é o remédio do qual estou livre!
Estou incrivelmente animada por ter sido liberada da Amitriptilina porque, apesar dos outros dois remédios (Paroxetina e Oxcarbazepina) também causarem efeitos colaterais, os dela eram os que eu mais sofria/sofro. Por causa dela eu suo excessivamente (principalmente no rosto, mais especificamente na testa e maçãs do rosto), tenho espasmos (principalmente nas pernas), fico constantemente com a boca seca, engordei fácil e rapidamente, tenho o apetite imenso e me canso facilmente. Ok, a Paroxetina também causa todas essas coisas também, mas agora que já tenho um remédio a menos acho que vai melhorar, certo? Sem contar que em breve, beeeeem em breve estarei livre de todos!
   Quando penso sobre estar falando sobre isso agora, se faço bem ou mal ao me expor tanto, volto diretamente para 2009 quando eu criei o blog. Inicialmente ele foi criado por uma Tuane de 15 anos que havia recém descoberto ser portadora de um tumor no ovário. Desde o princípio ele foi algo imensamente pessoal e que me ajudou profundamente, estando comigo nesses quatro anos que se passaram, mesmo eu tendo deletado os posts antigos. Eles não mais representavam quem eu sou. O nome antigo já não representava quem eu sou, ou mesmo o que eu já fui. Assim, chego a conclusão que (acho que) não me importo se o que acabei de dizer foi pessoal demais. Mesmo que seja parte do que eu quero deixar para trás, ainda faz parte de mim. E ainda pode ajudar outras pessoas.

Depois de séculos, volto a finalizar um post como se me despedisse de alguém no fim de uma carta.
Espero continuar melhorando cada vez mais. Espero deixar para trás tudo de ruim, que o que me catapulta para o futuro não sejam apenas mágoa e tristeza.
De todo o coração,
Tuane (ou se preferir, Jay).

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Não vou

     Recentemente venho sonhando muito com o meu pai, e é algo que não me é agradável. Todos os sonhos parecem ser ensaios de uma reconciliação; algo que é tão distante e improvável quanto... algo distante e improvável.
     Meu pai culpa a mãe dele por tudo que ele é (ou que não é) e por tudo que não conseguiu e não tem. Imagino, será que ele tem ideia do que ele foi pra mim? Do que ele causou? Do que ele fez? Do que eu me tornei em resultado de tais ações? Talvez ele pense que é apenas a vítima de uma história chamada "mamãe não me amava como os outros". No entanto ele criou outra história, na qual ele fez mais do que a mãe. Abandonou quem ele parecia ter lutado para ganhar a confiança, para ganhar o amor. Simplesmente pra depois jogar tudo no chão, quebrar. Talvez o que não tenha pensado é que o vidro que quebrou ao jogar no chão o pudesse cortar de volta.
     Eu poderia ser mesquinha, egoísta, falsa; Poderia ser igual a ele. Poderia estar me tornando igual a ele. Mas não estou. E não vou. Não vou.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Um homem só



As lágrimas secam e eu me esqueço
Que todo fim é sempre um outro começo
Tantas palavras, tantos arranhões

Transformando milagres em desilusões

Quando a noite cai eu volto aqui onde sempre estou
Quando o sol se vai eu volto a ser o que sempre sou:
Um homem só, um homem só

Amar é viver desaprendendo
Eu nunca espero nem me arrependo
Falando a verdade sem motivo
Revelando o segredo por trás do sorriso

Quando a noite cai eu volto aqui onde sempre estou
Quando o sol se vai eu volto a ser o que sempre sou:
Um homem só, um homem só

Quando a noite cai eu volto aqui onde sempre estou
Quando o sol se vai eu volto a ser o que sempre sou:
Um homem só, um homem só

Um Homem Só, Capital Inicial.

R.I.P.
Marcus Vinícius da Costa
★ 17/09/1963
 ✝ 24/05/2007