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sábado, 12 de setembro de 2015

Clato: os verdadeiros amantes desafortunados de Panem?

Eu não sabia, mas aparentemente um bocado de gente gostaria que eu postasse sobre Clato. Pra quem não sabe, Clato é nome do ship de dois personagens de Jogos Vorazes, Cato e Clove, os carreiristas do Distrito 2 dos 74º Jogos Vorazes.
Apesar da trilogia inteira ser recheada de tragédias, pra quem lê o livro e entende que há uma conexão entre Cato e Clove, explicitada principalmente no momento da morte dela, uma das primeiras tragédias (depois da morte da Rue) está logo aí, porque desde quando Katniss e Peeta são escolhidos tributos, você não confia no Peeta, você não sabe se quer que ele volte  e talvez esse sentimento vá mudando de acordo com a progressão da história, talvez não ; e então eles tem a tal mudança de regra onde os tributos do mesmo distrito poderão vencer juntos caso sobrevivam até o final. Apesar disso, você sabe que Cato e Clove estão condenados.


Então levo vocês até o filme. Odiei que no filme tenham colocado aquela coisinha entre o Cato e a Glimmer, entretanto torci para que na cena de morte da Clove eles se redimissem e nessa hora víssemos um outro lado dos Carreiristas. Vamos relembrar:

Não! Não, eu  Clove vê a pedra, cerca do tamanho de um pequeno pedaço de pão na mão de Thresh e perde a cabeça. Cato! ela chia. Cato! 
Clove!" eu ouvi a resposta de Cato, mas ele está muito longe, posso afirmar isso, para ajudá-la.
[...]
Clove! a voz de Cato está muito mais perto agora. Eu posso afirmar pela dor nela que ele a vê no chão.
[...]
Eu me reviro e meus pés mergulham na terra batida enquanto eu fujo de Thresh e Clove e do som da voz de Cato. [...] Cato se ajoelha ao lado de Clove, lança na mão, implorando para ela ficar com ele. Em um instante, ele perceberá que é fútil, ela não pode ser salva. [...] Após alguns minutos, ouço o canhão e sei que Clove morreu, que Cato ficará atrás dos rastros de um de nós. [...] Eu carrego uma flecha, mas Cato consegue jogar a lança quase tão longe quanto eu consigo atirar.



Quando eu li este trecho no livro eu simpatizei muito com eles, muito mais do que pensei que seria possível simpatizar com os supostos vilões. Foi aí, creio eu, que eu passei a perceber que eles não eram vilões. Foi aí que eu vi e passei a defendê-los também, pois eles foram treinados a vida inteira para isso, o que me deixa ainda mais revoltada com o discursinho completamente fora do personagem que colocaram pro Cato fazer. Antes de fazer esse post até olhei antes e tem pessoas com a mesma opinião que eu em relação a este discurso, haha.



Vai em frente. Atira. Aí nós dois caímos e você vence. Vai. Eu já tô morto mesmo. Eu sempre estive, né? Eu não Eu não sabia até agora. Não é isso? Não é isso que eles queriam? Hein? Não. Não não, eu ainda posso fazer isso. Eu ainda posso fazer isso. Mais uma morte. É a única coisa que eu sei fazer, 'trazer honra ao meu distrito', não que isso importe.

Gente. Sério mesmo, eles passam o filme inteiro demonizando os Carreiristas. Olha eles arranjando briga no Centro de Treinamento, olha eles rindo da Katniss  que maldade! , olha a Clove atirando facas por diversão num lagarto na floresta! Aí DE REPENTE, no ÚLTIMO MINUTO eles fazem essa volta de 180º para, por favor, simpatizem com a pobre vítima Cato. De primeira pode ter sido um bocado efetivo, mas e aí? Porque é tão problemático e fora de personagem? Vamos à análise:

Vai em frente. Atira.  Pra começar, isso já é um bocado surpreendente porque EM MOMENTO ALGUM seja do livro ou do filme o Cato demonstrou desejo de morrer, inclusive lutou até ser descrito como um irreconhecível pedaço de carne após ser estraçalhado pelos bestantes.
Aí nós dois caímos e você vence.  Sabe, essa frase não faz muito sentido pra ele dizer porque mostra um entendimento que ele não deveria ter. Ele sabe que Katniss e Peeta são do mesmo distrito e podem ir pra casa juntos, então porque diria uma coisa dessas? Dá a entender que Cato sabe mais dos sentimentos de Katniss em relação ao Peeta do que parece, e não tem motivo nenhum pra isso.
Vai. Eu já tô morto mesmo. Eu sempre estive, né? Eu não Eu não sabia até agora.  Também não faz sentido. Essa fala o torna extremamente consciente do que se passa, o que realmente não faz sentido tendo em vista o passado dele porque ele vem de um dos distritos mais ricos de Panem e o distrito mais amigo da Capital. Isso o descaracteriza, fazê-lo dizer que ele sabe que é só mais uma peça no jogo, porque ele acredita que vai ganhar, ele treinou sua vida inteira para isso, para esse momento. Algumas pessoas defendem que esse discurso faria sentido sim tendo em vista o que aconteceu com a Clove, mas isso só teria sentido SE TIVESSE A CENA NO FILME!
Não é isso? Não é isso que eles queriam? Hein?  Mais uma frase que o torna muito consciente. Não só isso, mas uma pessoa que cresceu no distrito mais feliz e seguro jamais diria uma coisa dessas sobre a Capital. Inclusive, por causa da influência da Capital, ele tem uma visão diferente sobre matar pessoas do que nós.
Não. Não não, eu ainda posso fazer isso.  Aí tem essa contradição. Há apenas alguns segundos atrás ele estava dizendo pra Katniss atirar e agora quando ela vai, ele ameaça quebrar o pescoço do Peeta, rs.
Mais uma morte. É a única coisa que eu sei fazer, 'trazer honra ao meu distrito', não que isso importe.  A conclusão, enfim. E com esse discurso o filme diz que tudo que eles nos mostraram sobre o Cato foi uma mentira, porque então de repente, do nada, ele tem uma perfeita noção do quão insignificante a Capital considera que a vida dele é. Ah, e pra finalizar, ele ainda insulta o próprio distrito. Completamente fora de personagem.
(OBS: Muito sobre esse discurso eu tirei do Tumblr! Inclusive ele está traduzido direto do inglês, então com certeza não bate com a versão dublada)

Além disso, enquanto a Clove morre, Cato se ajoelha ao lado dela. Aquele cara enorme, brutal, se ajoelha ao lado da parceira de distrito e provavelmente a segura até ela morrer. Um gesto que pode ser considerado como fraqueza aos olhos da Capital  e até mesmo aos olhos dos próprios distritos Carreiristas  mas ele o faz mesmo assim. Eu amo Everlark, é meu casal favorito pra sempre, mas pra mim, Cato e Clove foram os verdadeiros amantes desafortunados dos 74º Jogos Vorazes.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

The Yorkie Chronicles: 3 meses de Ziva

Ziva cresce e fica cada vez mais fofa. O jeito que ela corre é muito engraçado, principalmente quando ela dá uns piques e corre a toda velocidade.

Mamãe e bebê.

Ela e a Mia também são muito próximas. Brincam o tempo todo e dormem juntinhas. Minha tia disse que nunca viu uma relação assim entre mãe e filha em cadelas.


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Desafio literário 2015: um livro com um número no título

Duas postagens do mesmo desafio que demorei nove meses pra começar, wow, eu devo estar mesmo me esforçando aqui (dica: eu estou!). Mais uma vez fui em um desafio bastante específico em que o primeiro título que eu pensei não foi outro a não ser...


O livro Quatro, da autora Veronica Roth faz parte do mundo da trilogia de Divergente  e é bastante oportuno que o apelido do personagem que dá nome ao livro seja justamente também qual é o número do lançamento da série. Sabe, quarto livro... E tal... Enfim. O livro aborda partes da vida do personagem antes de se tornar o tão falado Quatro, se passando antes de a personagem principal de Divergente, Tris, chegar até a Audácia. Apesar de livros como este e contos do tipo serem vistos por alguns como apenas mais uma forma das editoras ganharem dinheiro em cima dos autores e dos fãs, eu particularmente gosto muito (e queria que uma certa Suzanne Collins o fizesse também). Pelo fato dos livros serem escritos na primeira pessoa e vemos apenas o que a Tris vê, ver o lado do Quatro é muito empolgante.


Outros livros com números no título são os livros da série Dezesseis Luas  ou Beautiful Creatures ou Crônicas dos Conjuradores (apesar de ninguém realmente conhecer por esse último)  das autoras Margaret Stohl e Kami Garcia. Porém acho interessante dizer que só mesmo no Brasil (eu acho!) os livros tem os títulos com numerais que, além de serem totalmente diferentes dos originais, ainda são um baita de um spoiler. Beautiful Creatures que deveria se tornar Belas Criaturas se tornou Dezesseis Luas, Beautiful Darkness que deveria ser Bela Escuridão virou Dezessete Luas, Beautiful Chaos que é Belo Caos virou Dezoito Luas e por fim, Beautiful Redemption que era pra ser Bela Redenção acabou sendo Dezenove Luas mesmo. Ah, e tem também os spin-offs que de Dangerous Creatures e Dangerous Deception (Criaturas Perigosas e Engano Perigoso, respectivamente) viraram Sirena e Incubus simplesmente. Ok, eu sei que os livros são sobre uma Sirena e um Incubus (1/4 Incubus, para ser precisa), mas...? Sabe? Bom, é preciso amar as traduções de títulos brasileiros, de livros e filmes também!
Acabei falando tanto dos títulos que de nada falei da história. Bom, o protagonista é um garoto chamado Ethan que é perturbado por uns sonhos esquisitos envolvendo uma garota e, ela, um dia aparece. Essa garota, descobrimos depois, é Lena Duchannes, uma guria também que vem sendo perturbada por sérios problemas psicológicos devido aos seus poderes e a chegada próxima de seu aniversário de 16 anos (apesar dessa sinopse bosta, eu gosto dessa série!).


E por fim, livros que apresentam eu seu título números em sua forma... numérica! Eu quase não coloquei os livros do autor Laurentino Gomes porque, tecnicamente, ainda não os li todos. Alguns dias atrás postei um desafio literário daqueles que eu posto um trechinho do livro e o que estava à mão foi justamente o 1808  que eu ainda estou lendo. Apesar de ser muito interessante, não vou falar muito porque não deve ser muito a praia da galera que se aventura por aqui (isto é, se alguém além de mim passa por aqui de vez em quando). Entretanto trazem uma nova perspectiva e nos faz ver que, realmente, não aprendemos nada sobre história na escola.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Desafio literário 2015: uma memória

Hora de tomar vergonha na cara e começar o desafio que eu postei não mais nem menos do que nove meses atrás. Caramba, se alguém engravidou nesse dia, ou a criança já nasceu ou está prestes (isto é, se a gravidez correu bem etc etc, não vamos entrar em detalhes médicos).

Resolvi começar com um dos desafios que eu não li muitos livros desse gênero literário específico. Antes de fazer alguma bobagem, resolvi procurar primeiro saber o que exatamente definia um livro de memórias. Segundo a WikiHowUm bom livro de memórias não é uma biografia; ele é uma olhadela em um tempo em que você teve um sentimento verdadeiro, uma experiência genuína. A maioria dos livros de memórias de sucesso manteve um foco estreitado em um único aspecto ou período temporal da vida do escritor. A história é contada através de uma visão específica e, como resultado, contém uma poderosa verdade sobre algo muito maior que a história individual do escritor – fazendo-a ser algo universal.
Ok, acho que eu poderia ter deixado a citação até só o primeiro ponto final, mas eu achei que era uma explicação tão legal que eu resolvi deixar completa. Tendo em vista esta explicação, minha já pequena lista diminui ainda mais: apenas um livro se encaixa nessa descrição.


Só depois de pesquisar sobre o filme fiquei sabendo que havia um livro e que era baseado em uma história real. Ao saber disso, acho que posso dizer que fiquei quase obcecada por ler o que aconteceu de verdade. Eu geralmente costumo assistir os filmes dos livros que leio e, se me interessar o suficiente, ler os livros em que os filmes foram baseados se eu já não o tiver feito antes de o filme sair. Fico muito feliz que eu tenha lido o livro depois de ter assistido o filme, se não eu teria ficado muito, muito decepcionada. Algumas pessoas não gostam de ler o livro depois porque já tem os conceitos criados pelo filme, mas eu, de alguma forma, consigo me livrar da maioria deles  apesar de admitir que fico na expectativa de essa ou determinada cena acontecerem.
O filme é muito diferente do livro. Tem algumas coisas principais, mas dá pra ficar triste pela vilanização da Lisa  mas um filme de Hollywood precisa disso, né?
Para mim foi um livro tão revelador quanto o filme, em relação às doenças psicológicas; e que eu devorei. Deitei pra ler um pouquinho e, pouco mais de duas horas depois, eu já havia terminado.

Apesar da definição da WikiHow, sempre classificam memórias e biografias juntas, então como também não li muitas, vou falar brevemente sobre as autobiografias que li também (apenas li autobiografias até hoje. Se tenho a oportunidade de ler sobre a vida de alguém do ponto de vista dela mesma, prefiro!).


A primeira que li foi Depois Daquela Viagem, da Valéria Piassa Polizzi, quando eu estava na 7ª série, aos 13 anos. Era necessário ler este livro para um trabalho ou prova, e foi muito difícil. Nele, Valéria conta como contraiu o HIV, sua descoberta da doença, como lidou (mal) com isso (no início), como ficou muito doente, e por aí vai. Foi difícil pra mim porque foi nesse exato ano que eu perdi meu tio. Talvez algum dia eu conte a história dele, mas tudo que Valéria passou, eu vi aquilo. Eu a odiei com todas as minhas forças; ela não queria viver, ela desistiu, ela viveu. Quem eu queria, não. Não é justo de minha parte pensar isso, eu sei disso hoje  mas tente pensar junto com uma adolescente de 13 anos que acabara de perder sua figura paterna.
Anos mais tarde li A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar, que é sobre a vida da Esther Grace Earl, que foi organizado e finalizado pelos pais dela. É muito emocionante, e é tudo que eu consigo dizer, eu acho.


Depois de uma amiga tanto falar e, enfim, me emprestar, li a autobiografia do Ozzy Osbourne, Eu Sou Ozzy. Cara, as coisas que ele passou, que ele fez, que ele viu... Ler esse livro me fez lançar um olhar totalmente diferente sobre ele, e olha, sou super fã agora. Minha avó também leu, e ela também virou super fã, haha.
Por último, o Unsaid Things, do McFly. Descobri coisas sobre a banda que eu não fazia ideia, e de alguma forma gosto deles ainda mais hoje. Independentemente de serem apenas McFly ou McBusted, eu também adoro o Busted e quero mais que sejam felizes fazendo o que gostam! Eu apoio, apoio tudo!

Comecei esse post achando que isso ia ser fácil e acabou sendo um bocado mais difícil e demorado do que eu imaginava, mas é tudo culpa minha, claro. Eu que dificultei as coisas. Agora vamos ver em quanto tempo sai o próximo, hein. Até!