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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A origem dos Vingadores - Gif Challenge

Depois de dois posts de reflexão e sentimentalismo, vem mais um da série super tosca que eu faço só pra fazer graça e rir. Como o título diz, esse se trata de se descobrir uma "super heroína" (note a falta de hífen, ha) e virando uma Avenger, ao lado do Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro. Digamos que eu esteja preenchendo a vaga do Homem Aranha hauahuahauha not funny. Acho Black Widow e Hawkeye muito mais legais do que os nomes traduzidos (principalmente Hawkeye! Qual é, Gavião Arqueiro? Really? REALLY?). Então vamos lá. :3

Parte 1 - A origem dos Vingadores:

Seu 45º gif representa sua infância.

Ok.

Seu 89º gif é sua reação ao descobrir seus poderes.

Expressa muito bem o que senti HAUHAUAH.

Seu 34º gif é quando você percebe que é uma super heroína.

Sou uma super heroína! E agora? Que tal... Destruir o mundo?

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Amour

Semana passada, na quarta dia 6, minha amiga Raquel (lá do Dragão das Torres!) me chamou pra assistir ao filme Amour, no Teatro Usiminas. Fomos apenas nós duas porque ninguém mais quis ir - e nem se importaram de responder, mas enfim... Eu nunca tinha ido ao Usiminas antes. Eu nem sabia onde ficava e achei um pouco escondidinho apesar de ser bem vistosa a entrada.
Eu não sabia a sinopse do filme. Sabia apenas que era francês, que foi indicado ao Oscar e que ganhou o Globo de Ouro. Comentei com minha avó e ela disse que normalmente não gosta desses filmes estrangeiros indicados ao Oscar, que os acha um pouco "estranhos". Olha... Porque eu não ouvi? Não que eu não tenha gostado do filme, mas também não o amei. Pelo que já vi esse é aquele tipo de filme que OU você ama OU você odeia. E eu passei o filme inteiro numa luta interna pensando se eu estava gostando ou não. No fim, não cheguei numa conclusão. Ainda hoje não cheguei a uma.


O casal protagonista do filme são dois velhinhos provavelmente já além de seus 80 anos, porém ainda muito sãos. Porém numa manhã Anne sofre um AVC que deixa seu lado direito paralisado. Após isso ela faz uma cirurgia de desobstrução da carótida, só que... dá errado. Depois disso Georges fica encarregado de lhe dar comida, banho, etc; e com o tempo só piora...
É bacana porque não se trata daquele amor romântico, aquelas paixões avassaladoras que costumamos ver na maioria dos filmes. Trata-se do amor companheiro, verdadeiramente aquele pra vida toda. Não é mais um filme fofinho contando as aventuras da juventude de um casal idoso, mostra a verdade nua e crua de um processo doloroso, mostra a realidade do fim da vida, porque não? Esse filme foi um soco na cara, um chute nas costelas e uma facada no coração. Para a maioria das pessoas ele já foi chocante (a realidade sempre choca, porque será?), pra mim foi o dobro. Foi o dobro porque assim como Anne, minha avó teve um AVC. Assim como Georges, eu e minha tia estamos (eu mais um pouco porque eu convivo com ela todos os dias). E assim como Anne, minha avó também fará uma cirurgia de desobstrução da carótida em breve.
Felizmente o derrame que minha avó teve não foi tão forte quanto o de Anne. Anne ficou totalmente paralisada no lado direito do corpo, perdeu total movimento do braço e perdeu, também, a habilidade de andar. Minha avó teve o lado esquerdo afetado, porém ainda é capaz de caminhar - e agora que quase cinco meses desde o incidente aconteceu, praticamente não é mais visível que algum dia ela tenha sofrido um AVC -, usar o braço, a mão, etc. Até aí tudo bem, até porque até nessa parte minha avó foi mais afortunada que a Anne. E eu e minha tia muito mais afortunadas do que Georges, pois ficou muito mais sobrecarregado do que nós duas e, pior: sozinho. O problema mesmo é a cirurgia. Essa cirurgia é considerada fácil, com 95% de sucesso de recuperação. Meu medo? Que assim como Anne, minha avó faça parte desses 5%. Sim, fomos afortunadas antes, podemos ser novamente. Mas ainda assim, podemos não ser também. E eu tenho medo. Numa parte do filme, Georges expressa para a filha, Eva (que me fez pensar e repensar se seria realmente filha do casal, por se mostrar tão fria enquanto o pai lhe contava o que aconteceu e sobre a cirurgia. Se não tivesse derramado algumas lágrimas e mostrado certo desespero cenas depois, eu realmente ficaria... Hm, não triste, não chocada, mas... Sei lá. Enfim), que tenta ver a mãe enquanto ele não deixa, dizendo que o estado dela é humilhante para ambos, e que não precisa ser visto. Eu também acho humilhante. Vemos uma pessoa saudável ir piorando aos poucos. De um corpo com "desempenho perfeito" para um lado paralisado e cadeira de rodas, depois para uma cadeira de rodas motorizada, depois para ficar imobilizada em cima da cama e, enfim, tendo perdido o controle sobre seus pensamentos e fala. Como o Georges, na mesma cena em que fala da humilhação, diz para a filha: "As coisas vão continuar do jeito que estão até agora. As coisas vão ir de mal a pior. As coisas vão continuar, até que um dia acabarão." Não consigo me imaginar vendo minha avó definhar física e mentalmente, e isso me assusta. Pra ela deve ser também terrível pensar em ficar assim. Apesar de estar falando sobre isso agora, eu evito ao máximo pensar sobre isso e mais importante ainda, pensar no pior.



No mais, o filme foi bom e ruim ao mesmo tempo. Talvez não fosse tão tortuoso caso o filme não fosse tão longo... E a verdade é que: eu chorei. E sofri. Mas teria eu chorado porque? Pela Anne? Pelo Georges? Ou teria eu chorado pela minha avó? Talvez eu tenha chorado e sofrido por causa de tudo. Talvez eu também tenha chorado pelo amor deles e pela incerteza de saber se eu terei alguém que faria o mesmo por mim e eu por ele... Como eu disse antes, esse filme foi um soco na cara, um chute nas costelas e uma facada no coração.


Informações sobre o filme:
Filme de língua francesa de 2012, escrito e dirigido por Michael Haneke (mesmo diretor de "O Sétimo Continente", "A Professora de Piano", "Violência Gratuita", etc), estrelando Jean-Louis Trintignant, Emmanuele Riva (ela foi, inclusive, indicada como Melhor Atriz no Oscar de 2013) e Isabelle Huppert. Até agora o filme já foi premiado com um Globo de Ouro, Palma de Ouro, BAFTA de Melhor Atriz, Prêmio de Cinema Europeu por Melhor Ator e Melhor Atriz, Melhor Realizador e Melhor Filme, entre muitas outras indicações.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O adeus de Arya

Sinto-me triste e decepcionada por nunca ter falado sobre ela antes, enquanto ela estava aqui. Entre julho, agosto e um pedaço de setembro estive indo todos os dias pra casa da sogra da minha tia, ajudando-a a cuidar dos filhotes recém-nascidos de Rottweiler e de alguns um pouco mais velhos de Malinois. A Arya era a 10ª filhote de Boneca e Brutus e, pelo grande número de filhotes, acabou por quase não ter oportunidade de se alimentar e crescer. Desde o princípio chamou a minha atenção e a de minha prima, por ser a menor e a mais magrinha. No início minha prima havia lhe posto o nome de "Princesa Helena".

Princesa Helena Arya com cerca de um mês, dormindo

Nessa época minha tia já lhes dava papinha (ração triturada + água morna) e eu os vigiava e me certificava que comiam tudo. Foi quando percebi o motivo de ela ser tão pequena enquanto outros eram tão grandes e gordos. Ela não comia. Ela não tinha oportunidade de chegar na vasilha e, quando tinha, comia um pouco e acabava por sair, não conseguindo voltar depois. Porque os filhotes são assim: eles comem um pouco, saem, dão uma volta, Voltam pra vasilha, comem mais, cansam, deitam. Voltam, comem mais. E a cada vez que ela saía, ela não conseguia voltar mais. Mesmo que eu lhe arranjasse espaço, ela chegava, dava umas três bocadas e saía, perdendo o lugar.
Em setembro parei de ir por motivos de: o AVC que minha avó sofreu.
Lembro de estar no hospital num dos dias e receber a ligação de minha tia dizendo que talvez a Princesa Helena Arya não passasse daquela noite, pois seu marido a havia visto totalmente apática, mal se levantando ou andando. Chorei. Admito que chorei mesmo. No entanto a noite passou e ela não morreu, e assim que minha avó voltou pra casa, a Princesa Helena Arya foi levada para cá, local que se tornaria seu lar pelos quatro meses seguintes.
Quando ela chegou decidimos que, definitivamente, seu nome não seria Princesa Helena. Mas a primeira opção não foi Arya. Seu nome foi Xena por quase duas semanas, antes de eu dizer o quanto não gostei do nome, que apesar de continuar sendo uma princesa e, ainda por cima, uma guerreira, não combinava com ela. E além do mais eu não gostava de Xena Xena Xeninha Xeninha Xaninha Xana. Achei e acho Arya muito mais apropriado, pois as duas Aryas da literatura - que eu conheço - são incríveis e, princesas também. A Arya de Eragon filha da Rainha Islanzadí dos elfos e a Arya Stark das Crônicas de Gelo e Fogo (aka Game of Thrones) irmã de Robb Stark, THE KING IN THE NORTH! *brados e silvos*

Princesa Helena Xena Arya e Jake

Agora que comia, bebia e tinha um lugar somente para si, ela começou a se desenvolver e foi imediato. Sua barriguinha (que era negativa) se tornou bastante protuberante e logo tínhamos uma cadelinha com saúde plena e iguais aos irmãos que havia deixado pra trás. Ela chegou menor que o Jake e, em tempo recorde  estava bem maior do que ele.
Era hilário ver os dois juntos. Ela tentava chegar nele, brincar com ele, e ele fugia, avançava, rosnava. Cada vez que ele rosnava pra ela, ela abaixava, mostrando-se totalmente submissa (vide foto acima) e mesmo assim ele fugia dela. Ele chegou a ponto de se esconder atrás do móvel da TV, do sofá, e a causar uma bagunça tremenda ao redor da árvore de Natal.

Giovana e Arya em outubro, um mês depois de sua chegada. Tinha quase três meses.

As mudanças nela foram incríveis. Seu pelo era maravilhoso, muito mais bonito que o de seus irmãos, e sua personalidade, doce. Porém seu crescimento inevitável tornou difícil sua convivência com minha avó. Ela ficava presa na área atrás da casa, um corredor (a Arya ficava presa na área, HAHAHAHAHA piada estilo do tio do "pavê ou pacomê"). Não havia uma vez que fôssemos colocar comida que ela não conseguisse escapulir e saía como um furacão pela casa - coisa completamente normal pra mim. Mas não pra minha avó. Ela tinha (e tem!) a necessidade de brincar, pular; e quando minha avó ia lá atrás, era exatamente isso que acontecia. Minha avó então começou a reclamar que qualquer dia iríamos encontrá-la dura e estirada no chão, morta, por causa da cadela. Que dia desses a cadela a faria cair e quebrar algum pedaço do corpo. Muita coisa desnecessária.

Giovana e Arya, em janeiro, menos de três meses depois - e com cerca de seis meses de idade.

Eu não queria deixá-la ir. Mas acabei tendo que ceder.
Fico triste e desapontada também por não ter feito esse post antes. Ela foi levada daqui para o sítio e canil há cerca de duas semanas e somente hoje - quando fui avisada sobre sua venda - o fiz. Sinto sua falta tremendamente.
Não quis vendê-la pois não se vende membros da família. Só por ser um cão, um animal, a tornaria suscetível à isso? Vemos muitas pessoas doando e vendendo seus bichos por motivos de nascimento de filho, mudança de casa; Mas vem cá, "meu bicho não consegue se acostumar com meu filho, então estou doando criança de seis meses, 70cm, caucasiano, olhos verdes. Vacinado e vermifugado, tratar diretamente com Fulana" nunca vai acontecer, né? Pode parecer extremo e exagerado, mas pra mim não é. Não se pode jogar fora um membro de sua família por inconveniências. Assim fosse já teria dado cabo de minha prima, madrasta e qualquer um que me fosse desagradável há séculos. Para tudo, TUDO, há uma solução. E uma que não seja necessária a exclusão de alguém.

Me dando beijinho, aquela linda.

Então é basicamente isso. Perdi um membro de minha família, alguém (sim, alguém!) que cuidei, amei. Ela não ficou belíssima à toa. Foi por minha causa. Mãe não tem raça, tem coração.

Com muito amor, sempre;
Jay.

Obs: Semana passada fui ao sítio da minha tia e a vi lá. Foi, hm, heartbreaking. Estava chovendo e ela ficava o tempo todo do lado de fora, portanto estava encharcada. Ela estava com outros dois cães - um outro Rottweiler, um de seus irmãos - e um Malinois. O Malinois não parecia se importar muito com ela, mas o irmão ficava praticamente comendo a cabeça dela enquanto ela ficava em pé me olhando, enquanto ambas tentávamos inutilmente interagir. Não conseguia passar a mão pela grade... E o irmão mordiscava a cara dela, puxava ambas as orelhas... E ela lá, sem fazer nada, apenas olhando pra mim. E eu pra ela. Me senti impotente. Uma das piores cenas que já vivi em minha vida.