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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Literário Expresso 2

Pegue o livro mais próximo e siga as seguintes instruções:

• Abra na página 181;
 Procure a 5ª frase completa;
• Não escolha a melhor frase ou o melhor livro;
 Poste o trecho.
“Nos dias seguintes, Arthur pensou um pouco sobre a tal mensagem, mas, no final das contas, decidiu que não ia se deixar levar por ele e insistiu em prosseguir com seu plano original de encontrar um agradável pequeno mundo onde pudesse se assentar e levar uma vida calma e isolada.” – “A Vida, o Universo e Tudo Mais”Douglas Adams.
(Pelo livro ser super curtinho e por ser o mais próximo de mim no momento, o trecho é da página 160 deste livro, que é a última do terceiro volume da série O Mochileiro das Galáxias)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ou vai ou racha

Eu particularmente não gosto desta expressão, mas ela parece ser apropriada para o assunto em questão hoje. Há três anos meus tios e primos deixaram Belo Horizonte para morar em uma cidade pequena do interior de Goiás. Desde então todas as nossas conversas são formadas a partir de frases como “estamos com saudades” e “quando vocês vêm?” e derivados das mesmas. Há mais ou menos um ano, talvez mais, eles decidiram que iriam voltar pra BH porque perceberam que cometeram um erro, e desde então sempre que ligam reforçam que ainda não sabem quando vem.
Em maio desse ano nós recebemos uma visita bem fora de época. Eles ficaram cerca de duas semanas aqui, e nem lembro exatamente porque, acho que envolvia um curso e também pra resolver antigos problemas que seriam essenciais pra eles voltarem em paz.

Mas isso não é importante, o negócio é: eu não aguento mais. Não suporto esse mesmo papinho. Não sabem quando voltam? Não sabem quando vem e quantos dias passarão aqui? ME POUPE! A última gota veio algum dia da metade desse mês, que meu primo me chamou no chat do Facebook e começou com a mesma ladainha. Acabei despejando tudo nele, mesmo sabendo que ele não tem culpa. Mas eu queria sim, atingi-lo. Queria que minhas palavras chegassem aos pais deles, queria que eles sentissem cada uma delas, que machucasse, que doesse. Recentemente fomos saber que minha prima conversou com a minha madrasta também online, e que a ilustríssima lhe disse que eles estavam planejando indo visitá-los no Natal ou no Ano Novo. Que iriam de avião, os três. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a queridíssima dizer que meu pai parece estar entrando em depressão porque não pôde visitar a mãe no hospital. HEEEEEEEEEEIN? Quem proibiu? O telefone ta aí, a internet e o computador também, facebook... Nós ainda moramos no mesmo lugar. Mas enfim. Também joguei na cara do meu primo que eles estão retardando a volta deles pra depois do Natal e/ou Ano Novo porque a mãe dele quer mostrar a casinha dela pra cunhada. Mas sabe o que magoou mais? Pouco depois eu me acalmei e pedi que ele me fizesse um favor. Ele já veio me respondendo “depende”. Só nisso já me magoou um pouco, como assim “depende”? Então eu pedi que ele apenas dissesse ao meu irmão que nós não o abandonamos. Que ainda o amamos, e não é por falta de vontade nossa que não o vemos mais. Então alfinetei: o que você esperava? “De você eu espero qualquer coisa”. Ah, uau. De repente eu não sei o que me tornei. O que ele quis dizer com isso? Me senti, assim, uma vilã. Inclusive agora fui procurar a conversa e vi que ele apagou. Não nos falamos desde então. E quer saber? Que queime. Que sofra. Se sinto saudades? Muita. Se os quero de volta? Quase que desesperadamente. Mas continuar fazendo teatrinho e ensaiar as mesmas conversas? Olha, não dá mais. E sinceramente? Não sou pessoa de guardar mágoa, rancor; mas duas encantadoras figuras na minha vida criaram uma segunda Tuane cuja essência eu prefiro deixar adormecida. Aguardem possíveis desfechos finais (finais? Será que algum dia isso terá um fim?) para essa história, haha.


Beijos,
Jay.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reencontros e desapontamentos

É tão estranho quando você passa alguns anos sem ver uma pessoa e, quando a revê, ela está praticamente irreconhecível. Não só estranho como é ruim também. Ruim não, péssimo. Desde criança eu vivo indo com a minha avó na casa de uma amiga dela, quase que semanalmente, por isso virei grande amiga das duas bisnetas dessa amiga da minha avó. Num desses dias eu conheci o tio delas, e me encantei por ele. Calma! Quando eu digo “tio” automaticamente as pessoas já imaginam direto um cara velho, com idade pra ser meu pai, mas não, o tio delas é da minha idade. Ele é apenas dois anos mais velho que a primeira sobrinha. Nós éramos dois bocós um perto do outro, era tragicamente engraçado, não dava pra saber quem era mais tímido. Apesar de toda a timidez, nós conversávamos direto pelo MSN, era ótimo conversar com ele e tínhamos muito em comum... Inclusive nós dois descobrimos os Jonas Brothers juntos (HAUHAUAHUAHAUHAUHAUAHUUHA risos eternos quando lembro disso), tínhamos combinado de em 2010, quando tivéssemos 16 anos, nós iríamos juntos visitar o Wizarding World of Harry Potter, e, bem, ele foi o primeiro cara que pediu pra ficar comigo. Por mais que eu tenha ficado tentada – eu realmente queria – meu medo sempre falou mais alto, tanto que eu nunca aceitei – apesar de nunca ter recusado também. Acabou que o tempo foi passando; ele arranjou namorada, que aliás, nem gostava de mim. Certa vez ela tentou caçar confusão comigo via Orkut – sério. Isso porque eu comentei numa foto de um álbum dele, e olha que nem foi nada demais! O único álbum e fotos que eu comentava era um sobre o Cruzeiro. Foi um pouco surreal até, eu quase não acreditei.
Depois de 2008 nós perdemos contato e nunca mais nos vimos até junho deste ano.
Eu tive muito medo de revê-lo, foi uma mistura de excitação e ansiedade com muito receio e sim, medo mesmo. Eu não fazia ideia de como seria, o que ele pensaria de mim? Esse tempo todo eu tinha em mente aquela imagem daquele menino magrelo, alto, daquele jeito desengonçado típico de meninos em fase de crescimento e lotado de espinhas... E bom, o que eu vi não foi decepcionante. Eu já o achava “tudo de bom” antes e o que eu vi foi tipo... Uau. Foi como reviver um daqueles momentos de anos atrás, mas passado algum tempo de conversa, ele teve que levantar e eu acabei saindo também, e não mais voltei. Como poderia? O motivo é assunto pra outro post, até porque eu já desviei demais do assunto inicial, apesar de ainda envolver esse mesmo menino.

Um dos meus maiores medos era o que ele pudesse ter se tornado. Quando crianças, ele era um doce, era realmente um fofo. Apesar de não saber logo de cara, fui saber só hoje grande parte do caráter dele, pela própria sobrinha. Não que eu tenha contado nada disso pra ela, acho que ela nem sabe de nada do que não rolou entre nós, mas seguindo em frente. Um dos piores tipos de pessoa é aquela que é bonita e sabe disso. Não só sabe como usa ao seu favor, desprezando quem fosse diferente. Hoje ele é modelo, já ganhou concursos. Hoje ele parece ser totalmente superficial... Diz minha amiga que ele tem uma namorada linda e a trai quando bem quer e entende. Isso me deixou triste, sabe? Eu nunca pensei que ele fosse se tornar esse tipo de pessoa, e foi com isso que me decepcionei. Lembro de ter sentido tanto a falta dele, a amizade dele me fazia bem, e era uma das coisas que eu mais queria recuperar... E ainda quero. Mas não desse cara. Eu quero de volta aquele menininho que era meu amigo antes, que conseguia distinguir a voz do Nick e do Joe enquanto eu ainda não conseguia, que me chamava pra ir no shopping e jogar e trocar cartas de Yu-Gi-Oh! No estacionamento, que conversava sobre futebol comigo e discutíamos sobre o atual desempenho do Cruzeiro, que adorava e falava sempre sobre Harry Potter comigo. Aquele que, supostamente, iria viajar comigo um dia. É desse menino que eu sinto falta. É tão ruim esse sentimento. Bolinho de queijo, o que aconteceu com você? 

domingo, 11 de novembro de 2012

Se eu posso, eu devo

Ia escrever e postar isso antes, na quinta-feira, que foi quando aconteceu pela segunda vez algo que eu poderia ter “me mexido”, feito qualquer coisa, mesmo que fosse uma pergunta, mas não fiz.

Nessa primeira situação, foi de dia e eu e minha prima saímos para ir numa sorveteria, e quando viramos a rua tinha um menino deitado na calçada. A princípio não prestamos muita atenção, mas depois ouvimos que ele gritava de dor. Não eram necessariamente gritos, ele simplesmente dizia “aaaaaai” num tom mais arrastado, não alto o suficiente para que fosse ouvido de longe, mas que dava para ser ouvido de uma distância relativamente grande. Eu imediatamente quis ajudar, nem que fosse só pra perguntar se tava tudo bem, se tinha alguma coisa que eu poderia fazer, chamar alguém, algo assim. Minha prima não deixou que eu me aproximasse dele de forma alguma, por isso passado alguns instantes nós seguimos em frente. Minha prima nem queria passar pela mesma rua – com medo que acontecesse alguma coisa, ou “pior”, que eu fizesse alguma coisa –, mas quando voltamos ele não estava mais lá.
Pode ser que não tenha sido nada, que poderia ser algum truque (como minha prima acreditava ser), que alguém tivesse passado por lá e ajudado-o, mas eu fiquei muito chateada e cheia de peso na consciência. Mas se eu realmente quisesse ajudar, eu teria ajudado, não é mesmo? Eu posso ser pequena, mas uma menina de nove anos de idade não me seguraria se eu realmente quisesse fazer algo. Fiquei incrivelmente irritada comigo, pois se alguém precisa de ajuda e eu posso ajudar, eu devo fazer isso. Não era um local perigoso e estava claro, mas mesmo que fossem circunstâncias contrárias, eu deveria sim ter feito algo. Foi imperdoável.

A segunda situação aconteceu nessa quinta, como eu já havia adiantado, e foi diferente da primeira, em muitos sentidos. A única semelhança é que eu poderia e deveria ter me pronunciado.
Enquanto eu estava próxima do portão da minha casa e procurava as chaves, eu ouvi o choro de uma criança. Era um choro rouco, contínuo e incessante, que eu achei de primeira que fosse meu vizinho. Quando abri o portão e fui pra rua, vi que não era uma criança, muito menos um menino. Passou por mim uma mulher aparentemente embriagada, e era ela quem chorava, e chorava muito alto mesmo. Talvez ela não estivesse bêbada, não sei porque sempre assumo que somente pessoas bêbadas choram alto na rua, mas era tão intenso e alto que eu entrei num dilema se corria até ela e me certificava ela estava bem – tá, por ela estar chorando eu sei que não estava bem, mas queria saber se não era nenhuma dor física. Eu queria reconfortá-la, assim como sempre quero e sinto que devo quando vejo alguém chorando ou só triste. Era uma pessoa desconhecida, claro, mas eu me sinto mal quando eu vejo alguém mal. É algo que vai além de desconforto... E mais uma vez eu fiquei “de mal” de mim mesma porque se eu realmente quisesse ter feito algo, eu faria. Mas tá aí, muita coisa que eu queria ter feito eu deixei de fazer... Mas o que isso diz de mim? São duas situações distintas, porém tão iguais nos sentimentos que me trouxeram. Não foram as primeiras vezes e certamente não serão as últimas, mas eu gostaria apenas de deixar esse torpor, essa paralisia que me toma e finalmente fazer algo que sirva, que valha a pena. Que eu tenha coragem também de simplesmente não apenas sentir dó de animais na rua, principalmente os maltratados, mas que tenha coragem e tome uma atitude! Uau, isso me rendeu uma bela dor de cabeça.