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domingo, 17 de setembro de 2017

54

Cerca de seis meses atrás falei que não tinha intenção de abandonar o blog.
Abandonei. Que piada.
O pior de tudo é que é sempre sem querer. Tenho sempre o hábito de pensar em coisas pra escrever a respeito, sem nunca de fato escrever. É irritante. Um péssimo hábito.


O que me inspirou, de certa forma, a escrever hoje é que é exatamente hoje que meu tio completaria 54 anos se estivesse vivo. Curiosamente, em maio eu já tinha planos de escrever  em maio deste ano completou-se 10 anos da morte dele. Se quatro meses atrás eu já tinha planos de escrever sobre (e não escrevi), o que mudou desde então? Nada, na verdade; mas nos últimos tempos tento parar de pensar em como minha vida seria ou teria sido se ele estivesse vivo, pensando na realidade no tipo de pessoa que eu sou e que me tornei, e o que ele se sentiria em relação a isso. O que ele pensaria de uma pessoa tão procrastinadora e que abandonou tudo aquilo que antes a caracterizava e que fazia parte de si. Uma pessoa tão artística, mas que abandonou toda sua arte  seus desenhos, sua escrita.
No fim não sei qual dos dois pensamentos é mais tóxico, apesar de que com os segundos eu poderia, em tese, mudar  e digo em tese porque, convenhamos, eu tenho consciência todos os dias de tudo que deixei pra trás, só não consigo mudar isso. Não sei o que me motiva, o que me inspira. Como mudar isso? Como mudar isso, quando nem sei qual é o problema?
Talvez pelo menos um primeiro passo tenha sido dado agora...

quinta-feira, 23 de março de 2017

Meses depois

Eu realmente não tinha a intenção de abandonar o blog.

Diversas vezes eu tenho ideias do que escrever, até redijo o texto mentalmente  mas é aí que fica: sempre nos domínios da mente. E convenhamos, não é um domínio que eu tenha domínio. Ha, foi uma piada. Mais ou menos. Quem sabe. (Que droga).

Antes, sempre assombrada com o sentimento de que estou esquecendo alguma coisa, tal sentimento evoluiu ou foi substituído pelo sentimento de que estou fodendo com alguma coisa. Não no sentido literal, claro, mas naquele sentido de que estou estragando tudo. O problema: não sei o que é. Igualzinho a quando saímos ou estamos pra sair e achamos que pegamos tudo quando na verdade não pegamos (ou até mesmo não esquecemos nada), mas aquele sentimento continua lá, incomodando.
E igualzinho ao sentimento citado antes, esse novo não vai embora e incomoda tanto tanto. Até mais, pois qual o problema? O que eu fiz de errado? O que aconteceu, ou ainda vai acontecer, que já me incomoda?

Eu sei que é um problema meu. E como tantos outros, é mais um que eu não consigo externar; e mesmo que conseguisse, tá aí: é um problema meu. Ninguém seria capaz de me ajudar, até porque talvez quaisquer soluções que me fossem apresentadas seriam negadas, negligenciadas - porque eu tenho medo. Eu não sei o que fazer, não faço ideia, de verdade. Mas fazer algo que alguém sugeriu? E o medo? Eu sou uma pessoa que vive com medo. Ou melhor, não vive.

Hoje, depois de uma tentativa de conversa pela parte da outra pessoa  que eu tentei fugir, falei demais, senti demais, e falei e senti tudo errado , ela me disse: Queria saber quando você ficou assim. Olha, eu também.

Eu também.