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sábado, 20 de setembro de 2014

Livro de criança?




"Quando as pessoas dizem que esses livros são para crianças, como se para rebaixá-los, eu fico contrariada. Esses livros lidaram com temas que adultos não compreendem completamente ou desejam compreender. Lidou com racismo, classismo, sexismo, homofobia, preconceito, e com ignorância em geral. Esses livros nos ensinaram que não importa onde você foi criado, mas que pode escolher ser bondoso, leal, corajoso e verdadeiro. Eles nos ensinaram a ser fortes sob as pressões desse mundo e nos segurarmos no que acreditamos ser certo. Esses livros me ensinaram tanto, me mudaram como pessoa. Então só porque se passam num mundo fantasioso com protagonistas jovens não significa que seu valor é menos real.


Primeiro livro: Começa com o duplo homicídio de um casal de 21 anos e deixam seu bebê um órfão de guerra. Uma criança crescendo em condições abusivas que deixaria Cinderela horrorizada. Lidando com colegas e professores que eram valentões. A inconstância da fama (do queridinho da Grifinória para um pária). A ideia de que há coisas que valem a pena lutar e morrer por, ditas pela criança protagonista. Três crianças prontas para sacrificar suas vidas, e duas delas se machucando ao fazê-lo.

Segundo livro: O equivalente ao racismo com a atitude pró-sangue puro. Trama conduzida por uma menina de onze anos sendo preparada e depois usada por garoto mais velho charmoso e bonito. O desequilíbrio de poder e abuso inerente de escravidão. Fraude perpetuada ao roubar algo muito íntimo.

Terceiro livro: O equivalente ao preconceito contra pessoas com deficiência contra um adulto decente e bondoso que é considerado menos que humano porque possui uma doença que afeta seu comportamento certas vezes. Um sistema de justiça que é o oposto de justo. Promessas de retirar uma criança de ambiente abusivo não podem sempre ser cumpridas. O inocente sofre enquanto o culpado prospera.

Quarto livro: Mais inconstância da fama. Os privilegiados maltratando e debilitando menos favorecidos porque eles podem. Um mestre punindo uma escrava por causa de seu próprio erro, e a escrava culpando a si mesma. Um torneio esportivo que envolve risco mortal sendo torcido por espectadores. Um jovem rapaz maravilhoso sendo assassinado simplesmente porque estava no caminho. Um jovem garoto sendo torturado, humilhado e quase assassinado.

Quinto livro: TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) no protagonista. Depressão severa no padrinho do protagonista, causada por problemas mentais herdados e ser forçado a ficar na casa onde sofreu abuso. Uma tirana fanática que vive para esmagar a todos com seus sapatos, torturando um adolescente por contar a verdade em nome do governo (e tentando sugar sua alma também). A descoberta que seus ídolos podem ter "pés de argila" depois de tudo. Um esforço para salvar a vida de alguém querido e precioso e na verdade acabando por custar esta mesma vida. A perda de uma figura paterna e a culpa resultante.

Sexto livro: A ideia de que uma alma pode ser quebrada sem reparos. Drogas com o potencial para resultar em estupro são mostradas conseguindo exatamente isso em pelo menos um caso, resultando em uma gravidez. Chauvinismo bem intencionado tentando controlar a vida amorosa de uma jovem mulher. Preconceito internalizado resultando em recusar aquela que você ama, não por falta de amor, mas por medo de prejudicá-la. A mortalidade daqueles que parecem poderosos e maiores do que a própria vida.

Sétimo livro: Situações ruins podem ficar piores, ao ponto onde mesmo os privilegiados acabam sofrendo e com medo. Mais preconceito internalizado e medo terror histérico de prejudicar aqueles que ama. Auto-sacrifício e a perda de entes queridos, EM TODO LUGAR. Aqueles que são amargos geralmente o são com uma razão. A necessidade de derrotar seus demônios internos, mesmo que nunca soe tão legal quanto parece. Não subestime aqueles que são escravizados. As culturas das outras pessoas não é sempre como a sua. As coisas geralmente vem como um círculo completo (guerra terminando com a morte de novos pais e seu bebê órfão indo viver com um parente de sangue de sua mãe morta ao invés de seu jovem padrinho). Mesmo com o 'tudo está bem' o mundo ainda é imperfeito, porque está cheio de nós, humanos imperfeitos.

Então... ainda acha que Harry Potter uma série para crianças sem profundidade?"

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Fonte: Tumblr. || Tradução bosta livre.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Final feliz

Vejo frases sobre finais felizes e acho uma gracinha. Acho mesmo! Bom, na verdade... Melhor não mentir: eu as odeio.  Falem o que quiser sobre frases de amor a primeira vista, amor verdadeiro, mas as frases de finais felizes? Ah, faça me o favor!
Achem-me pessimista se quiserem. Mas, em minha defesa, digo que sou uma pessoa surpreendentemente otimista que, no momento se encontra sendo algo que geralmente não é: realista.
Finais felizes não existem. Olhe ao seu redor. Tragédias, guerras, desgraças. É certo dizer pra uma dessas pessoas que "se tudo não deu certo, é porque ainda não acabou"? Ou será que podemos afirmar que nem todos tem ou merecem um final feliz, que são meros coadjuvantes, meros efeitos colaterais nas vidas de quem o vai ter?
Mas olha, momentos felizes existem, e o que se há de fazer é aproveitá-los e ter esperança de que mais virão, por mais que pareçam longe. Nisso vale a pena acreditar.