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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Dores reais e metafóricas

Gostaria de postar com uma frequência maior no blog. De verdade. Só que a verdade do porque eu não postar com tanta frequência no blog não é bonita, nem ao menos dá pra arrancar alguns suspiros ou fazer pensar que sou digna de pena. Eu não tenho tempo. Mas eu tenho tempo, sim. Eu não tenho o que escrever. Mas eu tenho o que escrever, sim. Se eu passasse todo o tempo que passo redigindo textos na minha cabeça, na realidade, redigindo textos de verdade, o blog não passaria mais do que alguns minutos por dia sem um post. Mas a real é que eu não sei porque não posto. Tenho preguiça e não tenho. Tenho tempo e não tenho. Tenho o que escrever e não tenho, dá pra entender?

Acho justo começar o post de verdade contando o que veio me afligindo nos últimos tempos. Bom, não me orgulho e nem digo cheia de risadinhas que pensei que estava morrendo. Tipo, de verdade. Mas pra explicar por que eu achei que estava morrendo, preciso ir um pouco mais atrás. Mais precisamente, para o Natal.
Não, eu não vou contar o que aconteceu no Natal. É só que desde essa data eu desenvolvi uma tosse insuportável, que foi só piorando, chegando ao ponto de na noite de Ano Novo eu não dormir de tanto tossir e vomitar. Inicialmente se tratava de uma crise de sinusite, mas depois quando não melhorou, o médico clínico geral me instruiu a ir até um pneumologista e foi isso que fiz. Comecei a usar uma bombinha (mas tenho uma dúvida sincera: seria uma bombinha ou um inalador? Abre-se o receptáculo e coloca-se uma pilula, fura-o e o inala. Bombinha ou inalador? Pergunta séria) e passei a sentir dores no peito. Pronto. The treta has been planted.
Rapidamente me convenci que estava com um problema cardíaco, que o problema que minha avó teve no coração estava aqui pra me pegar e que era isso mesmo. Comecei a planejar cartas para os meus amigos e familiares e um lugar fácil para serem descobertas depois que eu morresse. Escolhi o batom que passariam em mim, o vestido, o sapato (fiquei chocada ao descobrir que não nos enterram com sapatos, confesso. E triste também, apesar de realmente não ver motivo pra tal) e pedi que não deixassem meu cabelo pra trás, que deixassem minha franja intacta. Acho que planejei mais minha morte do que minha vida inteira, ou mesmo o que vou fazer amanhã ou na próxima semana. Enfim.
Nesses dias eu me tornei muito mais consciente da minha mortalidade do que de costume (o que sou sempre, desde os 13 anos de idade), e apesar de minha avó e tia verem como uma brincadeira de mau gosto ou apenas Tuane Jade e seu drama em toda sua glória, eu estava mais arrasada do que nunca. Principalmente tendo em vista que em breve completo 21 anos e com isso meu plano de saúde da polícia militar chega ao fim.
Duas semanas atrás resolvi eu mesma entrar em ação e tentar fazer alguma coisa. Minha avó já havia pedido ao meu tio (a única pessoa que tem contato com meu pai) que dissesse a ele que os documentos estavam prontos, faltava ele apenas assinar, mas ele não quis. Fui intervir, afinal não importava que joguinhos estivessem jogando, quem odiasse quem ou quem jogasse a culpa em quem ali, era a minha saúde que estava em risco. Meu tio não poderia me negar ajuda, certo? E meu pai, ele não havia dito que não tinha problema nenhum comigo? Eu tinha certeza que tinha tudo resolvido.
Fui até a casa do meu tio e levei minha bombinha (inalador?). Planejei um semi discurso que não deu exatamente certo, porque eu comecei a chorar. Céus, como me odiei por chorar! Apesar de apenas desconfiar, já disse de cara que estava com problema no coração e que precisava, necessitava que ele falasse com meu pai. Ele, sério, me pediu que esperasse. Disse que meu pai chegaria dentro de minutos, porque meus primos foram viajar com ele e ele os estava trazendo.
Então eu esperei. Ouvi um carro parando, portas sendo abertas e fechadas, e então, a voz dela. Da mulher. Não ouvi a voz dele, entretanto. Talvez ele não tenha vindo, eu pensei. Mas eles demoravam. E eu ainda escutava a voz dela. Então mais barulho de portas se abrindo e fechando, carro ligando, carro partindo.
Meu tio sobe e me diz que ele não quis me ver, simplesmente. Lhe perguntei se ele contou a ele. Sim, ele contou. E ainda assim não quis me ver. Mandou dizer que era só arranjar os documentos que ele assinaria. Mas os documentos já estão prontos!, eu explodi, minha voz embargada. Eu me sentia humilhada, envergonhada. Ele não havia dito que não tinha problema nenhum comigo? E agora ele não quer me ver? Há pouco tempo ele não precisou de mim, não precisou de um número meu, não me chamou de filha então, pra simplesmente dizer que não quer me ver? 
Meu coração doeu muito nesse dia, e não num sentido figurado. Meu peito doía tanto que silenciosamente me perguntava se acabaria ali. Seria tão conveniente, não é mesmo? Sabe, agora que eu sei que não tenho problemas cardíacos (fiz um ecocardiograma  ultrassom do coração  hoje), estou começando a acreditar e me pergunto se é possível um coração ser partido tantas vezes, ser tão esmigalhado, que a dor se torne real.
A parte boa de tudo isso é que acabou a palhaçada. Meu tio agora não mais tenta enfeitar, dizendo que o povo de lá não se importa conosco, que não perguntam, que não falam de nós, que ignoram nossa existência. Ele depois, irritado, esbravejava que a esposa de meu progenitor não gosta de ninguém, e que eles todos querem nos foder, entre outras coisas. Isso? Isso foi bom.
Tirei também uma lição pra mim. Nesses anos todos tentei ao máximo me abster, tentei correr atrás dele algumas vezes. Procurava em minha cabeça ações, palavras, qualquer coisa que me fizesse acreditar que ele me amava, que estava sendo controlado de alguma forma, mas não, agora eu sei. Ele está exatamente aonde quer estar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Computador... *tears*

Justamente quando planejo fazer uma coisa legal, algo falha. Deveria estar acostumada, não?
Bem, desta vez meu computador estragou. A fonte queimou ou algo assim. Dos males o menos pior, pelo menos.
Não sei quando vou poder voltar ou quando finalmente poderei dar início ao desafio, pois no momento estou esperando que a peça chegue. Espero que em breve!