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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reencontros e desapontamentos

É tão estranho quando você passa alguns anos sem ver uma pessoa e, quando a revê, ela está praticamente irreconhecível. Não só estranho como é ruim também. Ruim não, péssimo. Desde criança eu vivo indo com a minha avó na casa de uma amiga dela, quase que semanalmente, por isso virei grande amiga das duas bisnetas dessa amiga da minha avó. Num desses dias eu conheci o tio delas, e me encantei por ele. Calma! Quando eu digo “tio” automaticamente as pessoas já imaginam direto um cara velho, com idade pra ser meu pai, mas não, o tio delas é da minha idade. Ele é apenas dois anos mais velho que a primeira sobrinha. Nós éramos dois bocós um perto do outro, era tragicamente engraçado, não dava pra saber quem era mais tímido. Apesar de toda a timidez, nós conversávamos direto pelo MSN, era ótimo conversar com ele e tínhamos muito em comum... Inclusive nós dois descobrimos os Jonas Brothers juntos (HAUHAUAHUAHAUHAUHAUAHUUHA risos eternos quando lembro disso), tínhamos combinado de em 2010, quando tivéssemos 16 anos, nós iríamos juntos visitar o Wizarding World of Harry Potter, e, bem, ele foi o primeiro cara que pediu pra ficar comigo. Por mais que eu tenha ficado tentada – eu realmente queria – meu medo sempre falou mais alto, tanto que eu nunca aceitei – apesar de nunca ter recusado também. Acabou que o tempo foi passando; ele arranjou namorada, que aliás, nem gostava de mim. Certa vez ela tentou caçar confusão comigo via Orkut – sério. Isso porque eu comentei numa foto de um álbum dele, e olha que nem foi nada demais! O único álbum e fotos que eu comentava era um sobre o Cruzeiro. Foi um pouco surreal até, eu quase não acreditei.
Depois de 2008 nós perdemos contato e nunca mais nos vimos até junho deste ano.
Eu tive muito medo de revê-lo, foi uma mistura de excitação e ansiedade com muito receio e sim, medo mesmo. Eu não fazia ideia de como seria, o que ele pensaria de mim? Esse tempo todo eu tinha em mente aquela imagem daquele menino magrelo, alto, daquele jeito desengonçado típico de meninos em fase de crescimento e lotado de espinhas... E bom, o que eu vi não foi decepcionante. Eu já o achava “tudo de bom” antes e o que eu vi foi tipo... Uau. Foi como reviver um daqueles momentos de anos atrás, mas passado algum tempo de conversa, ele teve que levantar e eu acabei saindo também, e não mais voltei. Como poderia? O motivo é assunto pra outro post, até porque eu já desviei demais do assunto inicial, apesar de ainda envolver esse mesmo menino.

Um dos meus maiores medos era o que ele pudesse ter se tornado. Quando crianças, ele era um doce, era realmente um fofo. Apesar de não saber logo de cara, fui saber só hoje grande parte do caráter dele, pela própria sobrinha. Não que eu tenha contado nada disso pra ela, acho que ela nem sabe de nada do que não rolou entre nós, mas seguindo em frente. Um dos piores tipos de pessoa é aquela que é bonita e sabe disso. Não só sabe como usa ao seu favor, desprezando quem fosse diferente. Hoje ele é modelo, já ganhou concursos. Hoje ele parece ser totalmente superficial... Diz minha amiga que ele tem uma namorada linda e a trai quando bem quer e entende. Isso me deixou triste, sabe? Eu nunca pensei que ele fosse se tornar esse tipo de pessoa, e foi com isso que me decepcionei. Lembro de ter sentido tanto a falta dele, a amizade dele me fazia bem, e era uma das coisas que eu mais queria recuperar... E ainda quero. Mas não desse cara. Eu quero de volta aquele menininho que era meu amigo antes, que conseguia distinguir a voz do Nick e do Joe enquanto eu ainda não conseguia, que me chamava pra ir no shopping e jogar e trocar cartas de Yu-Gi-Oh! No estacionamento, que conversava sobre futebol comigo e discutíamos sobre o atual desempenho do Cruzeiro, que adorava e falava sempre sobre Harry Potter comigo. Aquele que, supostamente, iria viajar comigo um dia. É desse menino que eu sinto falta. É tão ruim esse sentimento. Bolinho de queijo, o que aconteceu com você? 

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Acho que nada volta a ser o que era, pois, como diz meu professor de ANTROPOLOGIA, as situações nunca terão a seu dispor as mesmas condicionalidades que tiveram no passado, portanto são impossibilitadas de serem iguais ao que já foram. Mas nada impede um recomeço, com tons e gostos semelhantea ao que já foi um dia.

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    1. Sim, sei disso. O que pega mesmo é o choque, entende? Eu jamais pensaria que ele eventualmente se tornaria o que se tornou. Mas acho que faço parte de um passado que ele não se importaria e nem ao menos gostaria de ter de volta.

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  3. Acho que nada volta a ser o que era, pois, como diz meu professor de ANTROPOLOGIA, as situações nunca terão a seu dispor as mesmas condicionalidades que tiveram no passado, portanto são impossibilitadas de serem iguais ao que já foram. Mas nada impede um recomeço, com tons e gostos semelhantea ao que já foi um dia.

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  4. É engraçado isso, né? A gente vê isso nas pessoas, mas nós também mudamos o tempo todo. Se você tivesse mantido contato com ele durante todos esses anos talvez você nem tivesse notado essa grande diferença. A vida é realmente...estranha.

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    1. Essa diferença que eu digo é o fato dele ter se tornado um "babaca". Eu mudei muito também, só nunca esperei que ele se tornasse tão artificial.

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