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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Não vou

     Recentemente venho sonhando muito com o meu pai, e é algo que não me é agradável. Todos os sonhos parecem ser ensaios de uma reconciliação; algo que é tão distante e improvável quanto... algo distante e improvável.
     Meu pai culpa a mãe dele por tudo que ele é (ou que não é) e por tudo que não conseguiu e não tem. Imagino, será que ele tem ideia do que ele foi pra mim? Do que ele causou? Do que ele fez? Do que eu me tornei em resultado de tais ações? Talvez ele pense que é apenas a vítima de uma história chamada "mamãe não me amava como os outros". No entanto ele criou outra história, na qual ele fez mais do que a mãe. Abandonou quem ele parecia ter lutado para ganhar a confiança, para ganhar o amor. Simplesmente pra depois jogar tudo no chão, quebrar. Talvez o que não tenha pensado é que o vidro que quebrou ao jogar no chão o pudesse cortar de volta.
     Eu poderia ser mesquinha, egoísta, falsa; Poderia ser igual a ele. Poderia estar me tornando igual a ele. Mas não estou. E não vou. Não vou.

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