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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O menino incrível que ninguém sabia que era incrível

É inegável o quanto sinto falta do meu irmão. Também não posso e nem vou negar o fato de que eu não gostava dele. No início a convivência foi sofrida e torturante, mas... Passei a gostar dele de verdade. Eu o conheci de verdade, me tornei uma pessoa melhor pra ele, o defendi, o amei. Mas, infelizmente, ele é/foi uma criança incompreendida. A maioria das pessoas não gostava muito dele ao conhecê-lo, e por culpa de sua mãe ninguém tinha a mesma chance de conhecê-lo como eu havia conhecido. Me entristece profundamente o fato do meu tio ter morrido sem conhecer a criança fantástica que ele é. Meu tio não gostava dele, sabe? Acho que a maior birra que ele – e todos os outros – tinham era pelo fato dele ser filho de quem é. Ninguém da minha família simpatiza muito com a mãe dele (e hoje em dia, nem eu. Não mais), então sempre o deixaram de lado e olhavam com desconfiança. Sei que as irmãs da minha avó e sobrinhas realmente não vão muito com a cara dele e tem preconceito – sim, preconceito! – para com ele.
Me entristece também que apenas eu e minha avó sintamos a falta dele e que apenas nós sabíamos o quão doce, incrível, aquele menino é. Todos lembram-se apenas daquele menino pirracento, chorão, inconveniente e chato que ele era, mas ele mudou. Ah, como ele mudou! Ele já não chorava por tudo, tornou-se educado, um pouco menos inconveniente (isso eu acho que ele sempre vai ser, haha) e se tratado da maneira certa, DA MANEIRA QUE UM SER HUMANO DEVERIA SER TRATADOcoisa que a mãe dele desconhece – ele é carinhoso, respeitoso. Enfim, uma pessoa maravilhosa, mas que mesmo assim temo por seu futuro, já que foi separado de quem poderia ajudá-lo a se tornar a pessoa incrível que ele foi destinado a ser.


Apesar de meus últimos dois encontros com ele terem sido bons, ainda tenho pesadelos nos quais eu tento alcançá-lo, conversar com ele, abraçá-lo, mas ele apenas foge e diz que não pode mais falar comigo, que não quer, sem nem ao menos olhar pra trás. Tenho medo que ele pense que eu o abandonei, que não gosto mais dele ou que nunca gostei. Tenho medo que ele me deteste. Tenho medo. Muito medo.

- Jay.

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