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sábado, 9 de março de 2013

O dia do meu nome

É tão estranho me dar conta de que agora já tenho 19 anos. É esquisito porque outro dia mesmo eu estava o que, nascendo? Indo para a escola pela primeira vez? Criando conceitos, descobrindo o mundo, chorando por uma grande perda? O tempo sempre passou rápido assim, ou... Ou o quê? Talvez eu esteja apenas "variando", como diz minha avó.
Lembro-me de uma vez, aos 12 anos, quando estava frustrada por não lembro o quê, alguma coisa que só poderia ser alcançada aos 18 anos. Eu estava tão aborrecida, faltava ainda seis anos para que eu pudesse atingir essa meta e, caramba, era tanto tempo! Seis anos, isso é muito! Vai demorar pra sempre! Só que não. Não só seis anos se passaram como um pulo, como foram sete. Na verdade não sei se demorou muito ou não... Isso é compreensível? É compreensível que eu pareça; aliás, não só pareça como esteja, de fato, perdida no tempo? Tanta coisa aconteceu, tanta coisa não aconteceu, tanto ficou pra trás, que eu não sei exatamente onde eu parei. Em seis anos, digo, sete, acontecem muita coisa. Mas ao mesmo tempo nada pareceu acontecer. Isso faz sentido também ou estou "variando" de novo?

Uma grande verdade é que mudei muito. Mas quem não, certo? Alguns demoram mais que outros, é verdade também. Mas eu... Eu passei por tantas fases, faces, sentimentos, pensamentos... Tentei dar mais de um passo de cada vez e falhei. Tentei me dar bem com todo mundo, dar novas chances, reconsiderar, e falhei miseravelmente. Tentei me conhecer, mas ainda não sei quem sou. Não sei se o que vejo é o mesmo que os outros veem, já que enxergo muito que muitos não veem e muitos veem muito que eu simplesmente não consigo enxergar.

Sou muito e ao mesmo tempo, sou nada. Sou uma desenhista, uma artista. Ou era. Sou uma escritora. Ou fui. Muito do que fazia, hoje não consigo mais. Sou uma leitora assídua. Ah, isso eu afirmo que ainda sou, feliz e orgulhosamente. Sou também uma amante dos animais e me considero um pouco hipócrita e entro em contradição por causa disso. Existem muitos protetores dos animais que não são vegetarianos; mas sinto pena e morro por dentro se vejo "o que eu como, vivo", então porque os como? Simples e complicado assim. Inclusive me sinto culpada por dizer que amo os animais, só que odeio insetos. Outra coisa sobre mim: Me sinto culpada por praticamente tudo, até por coisas que não fiz ou que não tenho controle sobre.
Gosto de muitas coisas que não tem nada a ver uma com a outra. Sei todo o tipo de inutilidades, principalmente sobre coisas que ninguém quer saber, mas que eu acho incrível. Aprendi inglês sozinha e não faço ideia de como. Na minha cabeça, um dia eu não sabia e no outro já estava entendendo e falando a língua. Sei um tantinho de espanhol, algumas palavras em japonês e em italiano. Essas também aprendi sozinha. Gosto de pensar que sou uma boa observadora.
Amo futebol, mas não foi sempre assim. Não é uma boa comparação, mas meu amor por tal esporte foi, de certa forma, parecido com meu entendimento da língua inglesa: simplesmente brotou em mim. Parece ridículo, né? Enfim. Quando comentei sobre meu conhecimento sobre cultura inútil, esqueci de complementar dizendo que me lembro de cada pequeno acontecimento em um livro, quando aconteceu, porque aconteceu, quem estava lá. Como n'As Crônicas de Gelo e Fogo: me lembro da maioria dos personagens, a que família pertencem, seus feitos, seus brasões, moradias, lemas e vassalos. Gosto de me sentir dentro dos livros que leio e me situo em cada lugar. Bruxa puro sangue da Grifinória. Filha de Zeus, moradora do Chalé 1 do Acampamento Meio-Sangue. Carreirista do Distrito 2 em Panem. Divergente, com caminhos para Audácia e Erudição em Boston. Starter em Beverly Hills. Mediadora. Elfa na Terra Média (Se olhasse pelo tamanho seria Hobbit ou Anã, mas sou grande nos meus sonhos!). Maga do vigésimo nomo em New York. N'As Crônicas de Gelo e Fogo, gosto de imaginar que seria uma Stark, apesar de que na realidade seria apenas uma bastarda de algum guarda da cidade... Entre muitas outras histórias das quais faço parte.

Olha, acho que isso não saiu como o planejado... Mais um post sem pé nem cabeça pra minha coleção. Outra coisa que esqueci de comentar, apesar de ser bem óbvio: Sou um tanto confusa.
With love,
Jay.

Obs: de acordo com a minha avó, "variar" tem o mesmo significado de "delirar".
Obs2: N'As Crônicas de Gelo e Fogo, popularmente conhecido como Game of Thrones, o dia de aniversário de alguém é dito "dia de seu nome", apesar de eu achar que só tenha esse título nos aniversários dos nobres. Mas façamos de conta que eu sou parte da nobreza - e sim, uma Stark.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Sim, você ainda é uma escritora! E todo o resto também. Desse jeitinho estranho e confuso mesmo. Tenho orgulho de ser amiga de alguém tão única e diferente. Especial :).
    "Se olhasse pelo tamanho seria Hobbit ou Anã, mas sou grande nos meus sonhos!", amei!

    Feliz dezenove, Tu!

    (Esse negócio de você querer chegar logo aos 18 me lembrou quando me disseram que no terceiro ano eu iria descobrir que existia raiz quadrada de número negativo e também pensei a mesma coisa "poxa, vai demorar pra sempre!". Já passou e parece que nem senti, chega a ser engraçado. Quem me dera poder voltar de novo, isso não dá mais. O jeito é continuar aproveitando o que temos ao alcance agora).

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