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domingo, 14 de abril de 2013

O que nos faz deixar a infância para trás?

"O dia em que nos preocupamos com o futuro é aquele em que deixamos a infância para trás."  - Kvothe, "O Nome do Vento"; Patrick Rothfuss.

Antes de entrar no assunto, gostaria muito de agradecer à Raquel por ter me dado esse livro como presente de aniversário. Há alguns anos um amigo me indicou o livro, mas confesso que não me interessei tanto nele a ponto de sair para procurá-lo imediatamente. Pra ser sincera, a única coisa que eu lembrava sobre ele durante todo esse tempo fora o nome do protagonista: Kvothe. Quando abri o pacote e peguei o livro e vi sobre quem se tratava, fiquei muito empolgada. Estou demorando a ler, mas o livro é muito, muito empolgante e interessante mesmo. Mais uma vez, obrigada Quel!

Quando Kvothe (pronuncia-se "Kuouth") diz isso eu rapidamente parei para protestar, afinal crianças pensam sim no futuro, dizendo "quando eu crescer" e até dizendo o que querem ser quando ficarem grandes. Mas aí pensei... Será mesmo? Algumas crianças sabem desde muito pequenas o que querem ser - como minha prima, que desde novinha já sonhava em ser médica - e há também aquelas que mudam o tempo todo, tipo eu. Já quis ser desenhista, bailarina, jogadora de futebol, estilista, médica, astronauta... Havia pensado que isso era se preocupar com o futuro, mas não é. Quando criança nós nos preocupamos com várias coisas super importantes como qual boneca ou carrinho é o que queremos ganhar (normalmente todos), nos preocupamos com chegar mais cedo da escola para ter mais tempo pra brincar, se vamos ganhar presentes no aniversário e no Natal, se os pais deixarão comer mais doce do que o combinado, entre muitos outros. Nós realmente não nos preocupamos se a família tem dinheiro o suficiente para pagar as contas, na verdade nem pensamos que dinheiro é limitado (para a maioria dos mortais, pelo menos), quem vai cuidar de nós caso algo aconteça com nossos pais - na verdade acho até que pensamos que nossos pais são pra sempre. Pensar que algum dia não existirá mais mamãe e papai é algo que nem passa por nossas cabeças. Inevitavelmente é um choque perceber que não, eles não continuarão aqui para sempre e quando nos deparamos com todas aquelas coisas que bombardeiam as mentes dos adultos diariamente. Não se vira adulto quando atinge certa idade, mas sim, quando preocupações se tornam reais e constantes. É aí que percebemos o quão tolos fomos por desejarmos crescer. É aí que percebemos o quão absurdo fora querer deixar a inocência pra trás. Mas aí já é tarde demais. Tarde demais.
"We are broken. What can we do restore our innocence? And all the promise we adore. Give us life again 'cause we just wanna be whole."
- Paramore, "We Are Broken".

De alguém preocupada com o futuro,
Jay.

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